Pediatra dá instruções sobre amamentação e destaca benefícios para mãe e o bebê
Toda mãe faz o possível para ver o filho sempre saudável. Amamentar é um dos cuidados. Nessa fase, muitas dúvidas podem surgir, principalmente nas mães de “primeira viagem”. Algumas das perguntas mais comuns são: até quando se recomenda amamentar se apenas o leite materno é suficiente nos primeiros meses de vida e os benefícios que o ato traz para a saúde da mãe e do bebê. Para ajudar você sobre essas questões, a Medical conversou com a doutora Michele Molina Mari Salvariego, médica pediatra credenciada à empresa.
Michele fez a graduação na Universidade Severino Sombra, do Rio de Janeiro. Realizou residência em pediatria e endocrinologia no Hospital do Servidor Estadual de São Paulo (IAMSPE). Depois disso, após passar em concurso público, atuou nesse mesmo Hospital como responsável pela Endocrinologia Pediátrica. Também trabalhou na Emergência do Hospital Alvorada de Moema/SP. Em Araçatuba/SP, Michele foi endocrinologista pediátrica do AME e hoje atende num consultório médico localizado na rua Tiradentes, 1320. Confira a entrevista com essa experiente profissional:
Medical: Até que idade recomenda a mulher a dar apenas o leite materno? Nesse período, somente o leite materno é suficiente ou é necessário acrescentar algum outro tipo de alimento?
Doutora: A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a amamentação se mantenha exclusiva até os seis meses de idade (exclusivo, mas pode-se oferecer água em dias muito quentes).
Medical: Até quantos anos recomenda a mãe a amamentar? Existe um limite de idade?
Doutora: Não existe um limite de tempo, porém quando se passa de dois anos, muitas vezes manter a amamentação é mais para preservar os laços de amor e carinho entre mãe e filho, pois após essa idade, os benefícios para o desenvolvimento dos sistemas já não são tão grandes.
Medical: Quais os benefícios da amamentação para a mãe e o bebê?
Doutora: Para as mães, pode-se listar a contração do útero em um primeiro momento, o vínculo com o bebê, a diminuição da probabilidade de câncer de mama, menores riscos de abandono e depressão pós-parto. Quanto ao bebê, os benefícios são imensos, maturação mais rápida e eficiência do sistema imunológico, formação de um aflora bacteriana saudável, uma fonte inesgotável de amor e alimento, desenvolvimento intelectual e proteção contra doenças.
Medical: De que maneira o pai pode ajudar a mãe e o filho nesse período?
Doutora: O pai pode tentar manter a mãe mais calma, alimentada e hidratada, fazendo tudo isso com muito carinho. Também é importante fazer o possível para que a mulher tenha um sono saudável, colaborar nas tarefas domésticas e quando a mãe estiver amamentando o bebê, o pai pode levar um copo de água para ela (isso ajuda na produção do leite e hidratação da mulher).
Medical: E as mães que não conseguem produzir leite, como procura orientar?
Doutora: A lactação é sempre estimulada, desde que não ofereça dificuldades para o bebê. Dormir bem, alimentar-se bem e estar tranquila e segura são essenciais para a lactação adequada. Às vezes, pela insegurança, a mãe não consegue produzir adequadamente, então neste momento, introduzo um leite artificial sempre como complemento para ajudar na produção materna de leite. Oriento a oferecer sempre como complemento sempre após dar o leite do peito e apenas nos momentos que o bebê sente mais fome e a mãe não tem condições de produção. Ninguém nasce sabendo mamar ou amamentar, isso é um ato de amor, e com treinamento e dedicação a grande maioria das mulheres consegue amamentar e a grande maioria dos bebês são capazes de ser amamentados.